Zika vírus e as consequências oculares

Por Clínica Schaefer

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No caso do Zika vírus, de acordo com informações do Ministério da Saúde, cerca de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas e, no geral, a evolução da doença é benigna. No entanto, alguns pacientes podem apresentar manifestações oftalmológicas, com vermelhidão e sensibilidade ocular.

Esta vermelhidão é causada supostamente pelo aumento da circulação sanguínea orbitária. Apesar de ser semelhante à conjuntivite até agora não se observou nenhum caso com secreção, mas pode ocorrer um aumento da produção de lágrimas. Além disso, os olhos ficam mais sensíveis à luz do dia.

A grande preocupação é quando a contaminação com o Zika vírus ocorre durante a gravidez, uma situação grave porque o vírus passa para o bebê causando microcefalia, uma alteração que compromete o desenvolvimento cerebral do bebê. Ao contrário dos adultos com a infecção em fase ativa, que não têm demonstrado maiores consequências à saúde da visão, é nas crianças com microcefalia que se encontram as piores consequências oculares.

Existem grupos de médicos e pesquisadores que avaliam os pacientes e estimam que entre 30 e 40% das crianças com microcefalia podem ter alterações na retina, coroide e nervo óptico. As alterações podem levar a uma baixa de visão, por exemplo, numa atrofia macular, onde a quantidade de visão pode não passar de 3%. As características de alterações oculares são parecidas com outras infecções oculares virais, tais como rubéola, sífilis e citomegalovírus.

O maior risco para estas malformações é quando a gestante tem a infecção pelo Zica vírus no primeiro trimestre, fase em que os olhos são formados. O teste do olhinho não é suficiente para detectar as alterações oculares em crianças com microcefalia. Portanto, há a recomendação de que seja realizado o exame de fundoscopia com a pupila dilatada realizado pelo oftalmologista.

Os órgãos de saúde recomendam que todos os profissionais relatem os casos suspeitos de infecção pelo Zika vírus ao departamento de saúde dos seus estados para ajudar a reduzir o risco de transmissão local. Além disso, seguem as orientações de prevenção em relação ao mosquito Aedes aegypti.

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