“Não se sente tão perto da TV. Isso machucará seus olhos ”, avisa nossos avós. Naquela época, a advertência tinha uma base intuitiva, e não científica. Ao contrário das incertezas de antes, hoje sabemos que eles estavam certos.
Nesse artigo você vai saber o porquê e como evitar que a degeneração macular aconteça precocemente.
As telas e a saúde dos olhos
De acordo com o Vision Council, 95% dos americanos passam pelo menos duas horas por dia olhando suas telas de computadores, telefones celulares, iPads e outros dispositivos digitais, incluindo as televisões, que estão cada vez maiores.
Durante a última década, aumentou a frequência das reclamações aos médicos sobre dores de cabeça e tensão ocular. Embora os pacientes possam suspeitar que o culpado seja a exposição prolongada às telas, a suspeita disfarça as implicações mais perniciosas da exposição: a “luz azul” ou luz visível de alta energia (LVAE)
À medida em que a quantidade de tempo de exposição ao LVAE aumenta, também aumenta a incidência e as queixas de cansaço ocular e os sintomas resultantes de olhos lacrimejantes ou, ao contrário, secos, dores de cabeça e dificuldade de concentração.
Esse hábito também afeta nossos ritmos circadianos, resultando na interrupção dos padrões de sono.
O vilão
“Luz azul” é o tipo de luz emitido por computadores, telas de exibição de telefones celulares e luzes fluorescentes e de LED, e é definido como a porção do espectro de raios ultravioleta (UV) na faixa de 400-490 nanômetros.
Esses comprimentos de onda mais curtos da luz visível têm alta energia e, como resultado, altas taxas de absorção pela retina.
Eles também causam drusas, um precursor da degeneração macular. Esta condição tem sido tipicamente relacionada à idade em pessoas com 50 anos ou mais. No entanto, o aumento da exposição a dispositivos digitais é alarmante, pois sugere que podemos ver sintomas de degenerações maculares começando em idades mais precoces.
Esses riscos de exposição à luz azul não são novos. Eles não são causados apenas pela prevalência e conveniência de dispositivos digitais, mas sempre existiram devido à exposição à luz solar, especialmente nas regiões norte e nordeste do Brasil.
Avisos ao longo dos anos sobre os riscos dos raios UV causadores de câncer de pele levaram as pessoas a usar proteção contra raios solares e passar menos tempo ao ar livre.
Mas mais tempo gasto dentro de casa geralmente significa mais tempo gasto on-line ou olhando para nossas telas digitais e expostos à luz azul.
Proteja para prevenir
Evite a exposição prolongada
A solução mais óbvia: “Passe menos tempo online ou olhando para o celular”.
O trabalho da maioria das pessoas exige tempo excessivo em frente à tela do computador, enquanto as horas de lazer são gastas cada vez mais online ou focadas em um celular ou em outras telas de dispositivos eletrônicos.
Oftalmologistas enxergam o perigo e o dano em primeira mão, mas entendem que não adianta tentar limitar o tempo online de cada paciente.
No entanto, a abordagem mais prudente é reconhecer o perigo real representado pela exposição excessiva aos comprimentos de onda únicos da luz que são onipresentes na sociedade moderna, e exortar soluções preventivas, protetoras e práticas.
Mantenha os dispositivos afastados dos olhos
Tal como acontece com a protecção contra os raios UV causadores de câncer, existem formas de se defender contra os danos causados pela luz azul.
A primeira solução é preventiva: Mantenha os dispositivos digitais mais afastados do olho. A “Lei do Quadrado Inverso”, como se aplica à luz, afirma: “A energia duas vezes mais distante da fonte tem um quarto da intensidade”.
Segurar o celular de um a dois pés do rosto reduz a exposição da luz azul a um quarto da intensidade original. A maioria das pessoas mantém seus dispositivos próximos demais do rosto, geralmente bem debaixo do nariz.
Mover o dispositivo ou ficar mais afastado do dispositivo reduziria a tensão ocular e a exposição à luz azul.
Use óculos de sol com bloqueadores de UV
Naturalmente, afastar o aparelho se torna mais difícil à medida que os dispositivos diminuem de tamanho para a portabilidade. Então a solução é tomar medidas de proteção como: usar óculos de sol que tenham um bloqueador de luz UV.
Esses bloqueadores podem bloquear 100% das ondas de luz (LVAE). Embora seu uso proteja o olho dos raios ultravioletas do sol, eles nem sempre são viáveis para uso no escritório, na sala de aula ou mesmo em casa.
Bloqueadores de luz azul são seus amigos
Por essa razão, há também uma solução prática: Optar por óculos, mesmo os de leitura ou os específicos para telas de computador, que venham com bloqueador de luz azul embutido nas lentes.
Não se trata de um filme aplicado às lentes, mas um polímero real que consiste em um pigmento cromóforo amarelo que bloqueia a luz azul prejudicial. No entanto, permite que todas as cores do espectro passem.
Procure orientação
Acontece que a avó estava certa: os raios UV são prejudiciais e agora a luz azul foi adicionada ao clube. A degeneração macular não tem cura e está aumentando em prevalência, então cabe ao oftalmologista aconselhar os pacientes sobre como proteger um de seus ativos mais preciosos – sua visão.
