Novas técnicas de transplante de córnea permitem recuperação em 1 mês

Por Clínica Schaefer

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A córnea é aquele tecido fino e transparente localizado na parte da frente do globo ocular e é ela que nos permite enxergar com nitidez. É uma estrutura formada por 6 camadas entre elas o epitélio, o estroma e o endotélio, é muito delicada e pode ser danificada por lesões causadas por objetos ou produtos químicos, ou ainda, por enfermidades hereditárias, congênitas ou outras causas que fazem com que a qualidade da visão seja afetada.

Em muitos casos o transplante de córnea é a única alternativa para a recuperação da visão. Essa cirurgia é uma das mais antigas praticadas na oftalmologia. Segundo dados do Ministério da Saúde, em maio de 2016 existiam 13.475 pessoas na fila de espera por um doador e, em 2014, foram realizados 13.456 transplantes.

Menos de uma década atrás o transplante de córnea deu um grande salto. A Ceratoplastia Penetrante, também conhecida como Transplante Penetrante era a técnica mais indicada pelos médicos oftalmologistas para a maioria dos casos até a introdução da Ceratoplastia Endotelial (DSEK), que remove apenas a parte danificada e a substitui pelo endotélio saudável.

Edotélio Corneano

O endotélio corneano é o tecido localizado na parte mais interna da córnea com a função de nutrir e hidratar mantendo a transparência e com isso a nitidez da visão. Sintomas como opacidade, acompanhada de sensação de corpo estranho com lacrimejamento e dor podem ser sinal de doenças como Ceratopatia Bolhosa ou Distrofia Endotelial de Fuchs, principais indicações de transplante de córnea endotelial.

A principal vantagem desse procedimento comparado com o Transplante Penetrante é o tempo de recuperação, que passa de 6 -12 meses para 1-3 meses. Além disso, também diminui significativamente o risco de complicação como rejeição e infecção.

Outras Vantagens do Transplante do Endotélio

  • A superfície do olho é mantida intacta, permanecendo assim mais resistente a lesões e infecções;
  • Há uma mudança mínima na refração porque somente a camada endotelial (~ 5% da córnea) é substituída;
  • Os problemas relacionados com a sutura são significativamente reduzidos / podem ser eliminados;
  • A recuperação visual é significativa.

 Novas Técnicas

Atualmente existem duas técnicas de transplante do endotélio muito semelhantes e que estão sendo comparadas e indicadas em diferentes casos. O DSAEK (Descemet Stripping Automated Endothelial Keratoplasty), e o DMEK (Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty), que emergiu como uma alternativa promissora, que enxerta apenas a membrana e o endotélio, permitindo uma substituição anatômica pura apenas do que foi removido e a possibilidade de ainda melhor visão com cicatrização mais rápida.

Embora as indicações para estes procedimentos sejam semelhantes, cada uma tem vantagens e desvantagens únicas.

Pacientes com um transplante de córnea fracassado, distrofia endotelial de Fuchs, edema corneal pseudofáquico ou síndrome do endotélio iridocorneal (ICE) podem se beneficiar de DSAEK ou DMEK.

Segundo resultados analisados no VII World Córnea Congress, realizado em San Diego em 2015, pacientes submetidos ao procedimento DMEK obtiveram melhora significativa e sustentada na qualidade visual em comparação com outras técnicas.

No entanto, é mais difícil realizar DMEK onde o enxerto é bastante frágil e difícil de manusear e, por esta razão, alguns casos podem ser mais adequados para o DSAEK, tais como olhos com defeitos de íris grandes ou shunts de tubo.

Ainda assim, mesmo para a maioria desses casos desafiadores, alguns cirurgiões passaram a favorecer o DMEK sobre o DSAEK, por proporcionar rápida cicatrização e excelentes resultados visuais, pois o objetivo não é ajudar o paciente a obter a melhor visão possível no mais curto espaço de tempo, mas evitar ou minimizar os riscos de rejeição evitando complicações futuras.

Se quiser ler mais artigos sobre transplantes de córnea, contribua deixando sua dúvida nos comentários.

Foto: https://www.hoopesvision.com/

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